Um conto sobre empreendedorismo
Era uma vez um político, também educador popular, chamado James Aggrey. Ele era natural de Gana, pequeno país da África Ocidental. Ele contou uma estória tão bonita, que circulou no mundo inteiro. Gana era uma cidade muito rica, pois tinha muito ouro. No século XVI foi feita colônia de Portugal que exportava o seu povo como escravo para o Brasil. A pretexto de combater a exportação de escravos para as Américas, a Inglaterra se apoderou desta colônia portuguesa. Os colonizadores ingleses tratavam o povo com descrença e humilhações. Estes se consideravam inferiores. Então, James Aggrey contou a seguinte estória:
“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros”. Depois de cinco anos, este homem recebeu a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia.
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão.
- Não - retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, não - insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então, decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não - tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia.
Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia até o alto da montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a em direção ao sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou... Voou... até confundir-se com o azul do firmamento...”.
James terminou conclamando:
- Meus compatriotas! Durante a nossa vida muitas pessoas nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda achamos que somos galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que jogarem aos pés para ciscar.