terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Empreendedorismo

Um conto sobre empreendedorismo

Era uma vez um político, também educador popular, chamado James Aggrey.  Ele era natural de Gana, pequeno país da África Ocidental. Ele contou uma  estória tão bonita, que circulou no mundo inteiro. Gana era uma cidade muito  rica, pois tinha muito ouro. No século XVI foi feita colônia de Portugal que  exportava o seu povo como escravo para o Brasil. A pretexto de combater a  exportação de escravos para as Américas, a Inglaterra se apoderou desta  colônia portuguesa. Os colonizadores ingleses tratavam o povo com  descrença e humilhações. Estes se consideravam inferiores. Então, James  Aggrey contou a seguinte estória: 

“Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro  para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.  Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Embora a águia fosse o  rei/rainha de todos os pássaros”.  Depois de cinco anos, este homem recebeu a visita de um naturalista.  Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: 

- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. 
- De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não  é mais uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das  asas de quase três metros de extensão. 
- Não - retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um  coração de águia. Este coração a fará um dia voar às alturas. 
- Não, não - insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como  águia. 
Então, decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem  alto e desafiando-a disse: 
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra,  então abra suas asas e voe! 

A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava  distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou  para junto delas.

O camponês comentou: 
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! 
- Não - tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será  sempre uma águia. 
Vamos experimentar novamente amanhã.  No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia até o alto da montanha. O  sol nascente dourava os picos das montanhas.  Sussurrou-lhe: 
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe! 

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não  voou. Então o naturalista segurou-a em direção ao sol, para que seus olhos  pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse  momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se. E começou a  voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou... Voou... até  confundir-se com o azul do firmamento...”. 
James terminou conclamando: 

- Meus compatriotas! Durante a nossa vida muitas pessoas nos fizeram  pensar como galinhas. E muitos de nós ainda achamos que somos galinhas.  Mas nós somos águias. Por isso, abramos as asas e voemos. Voemos como  as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que jogarem aos pés para  ciscar. 



domingo, 29 de janeiro de 2012

Há saberes diferentes" (Paulo Freire).


Gosto muito dessa história porque quebra muitos paradigmas ultrapassados de que podemos julgar os conhecimentos e acima de tudo, dar os méritos de quem é mais ou menos inteligente. Alguém pode não sabe português corretamente, mas sabe fazer artesanato maravilhosamente. Uns podem ser ótimos em matemática, mas são péssimos em cortesia e humanidade. Deixemos nossos preconceitos de lado e vamos valorizar o aprendizado em sua dimensão mais sublime, pois precisamos de todos os saberes. Boa leitura!!!


Num largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Numa das viagens, iam um advogado e uma professora.

Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Companheiro, entende de leis?
- Não. - Responde o barqueiro.
E o advogado compadecido:
- É pena, perdeu metade da vida!
A professora muito social entra na conversa:
- Senhor barqueiro, sabe ler e escrever?
- Também não. - Responde o remador.
- Que pena! - Condói-se a mestra - Perdeu metade da vida!

Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O barqueiro preocupado pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não! - Responderam eles rapidamente.
- Então é pena - conclui o barqueiro - Vocês perderam toda a vida!"

"Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes" (Paulo Freire).
Pense Nisso... e valorize todas as pessoas com as quais tenha contacto.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Minha primeira postagem é uma homenagem a esse homem que me inspira tanto. Rubem Alves. Foi com ele que aprendi a amar a educação para além da escola, dos livros e da sala de aula. Aprendi a amar a educação que se dá todos os dias, em todos os gestos, em todos os seres. Aprender a olhar, a falar, aprender a matemática, o português, a ciência, mas também aprender com amor. Com sede pelo conhecer porque se não há motivação não há aprendizado. Ele precisa ser desperto, desejado. Agora, Conversa com Educadores:


Conversa com educadores

O estudo da gramática não faz poetas. O estudo da harmonia não faz compositores. O estudo da psicologia não faz pessoas equilibradas. O estudo das "ciências da educação" não faz educadores. Educadores não podem ser produzidos. Educadores nascem. O que se pode fazer é ajudá-los a nascer. Para isso eu falo e escrevo: para que eles tenham coragem de nascer. Quero educar os educadores. E isso me dá grande prazer porque não existe coisa mais importante que educar. Pela educação o indivíduo se torna mais apto para viver: aprende a pensar e a resolver os problemas práticos da vida. Pela educação ele se torna mais sensível e mais rico interiormente, o que faz dele uma pessoa mais bonita, mais feliz e mais capaz de conviver com os outros. A maioria dos problemas da sociedade se resolveria se os indivíduos tivessem aprendido a pensar. Por não saber pensar tomamos as decisões políticas que não deveríamos tomar. Se você desejar saber com detalhes o que penso sobre a educação, leia os livros que se encontram na sala Biblioteca. Nas minhas conversas com educadores meus temas favoritos são: A alegria de ensinar, A educação dos sentidos, O prazer de ler, A arte de pensar, O educador como sedutor, O educador como feiticeiro, O educador como artista, O educador como cozinheiro, As leis do pensar criativo, Anatomia do pensamento: informação, razão, inteligência, conhecimento, alegria, Aprendendo a desaprender, Entre a ciência e sabedoria: o dilema da educação, Educação e política, Educação e Vida, Aprendizagem e prazer.Leia o artigo Como amar uma criança sobre o educador Janusz Korczak, que se tornou um símbolo pelo seu amor às crianças. Diretor de um orfanato em Varsóvia, foi morto pelos nazistas com suas crianças numa câmara de gás. Tradução de Manoel Moraes.