terça-feira, 4 de outubro de 2016

Aprendendo liderança com Spartacus

A guerra nos ensina muito e quando assisto filmes ou séries sobre o assunto sempre busco aprender os princípios de liderança, pois a essência é bem aplicável em nosso cotidiano.
Esses dias finalmente cumpri com minha lista de pendências cinematográficas e televisivas (que está sempre se renovando). Assisti Spartacus. E para minha surpresa, tirando toda a parte SS (sexo e sangue) a série é uma verdadeira aula de liderança. Liderar em tempos difíceis e mortais. Antes de enumerar os tópicos sobre a liderança,  vamos a um breve resumo sobre quem foi esse personagem na história.


 



Spartacus, o homem que desafiou Roma

"O ex-escravo colocou em risco o poder do império durante os três anos de uma rebelião com milhares de comandados que abalou a Itália.

Um exército dos mais improváveis virou de pernas para o ar o coração do Império Romano, cerca de 70 anos antes do nascimento de Cristo. Embora fosse inteiramente formada por escravos, a imensa maioria deles sem nenhuma experiência militar, essa força rebelde chegou a contar com 90 mil soldados, deu um trabalho imenso aos principais comandantes de Roma e chegou perto de engendrar o colapso político e econômico da Itália. À frente dos revoltosos estava um ex gladiador, um gênio militar nato, apesar da origem aparentemente humilde".


A série é fiel nesse ponto. Spartacus comandou um exército formado em sua maioria por escravos que nunca usaram uma arma. O ex gladiador se rebelou contra o sistema e juntamente com seus companheiros causaram grande prejuízo a inabalável Roma e sua República. E como Spartacus fez isso? Bom, de acordo com a série ele adota alguns princípios que, em geral, os tornaram vitoriosos.

1) Spartacus é um inconformado. No início, a série mostra que ele era um líder militar conhecedor de estratégias de guerra. Lutou uma vez ao lado do exército romano, porém o mesmo exército o tornou escravo juntamente com sua esposa. Ela foi vendida para outras terras e ele foi para arena morrer nas mãos dos gladiadores. E quando todos na arena pediam sua morte eis que ele, sem arma apropriada, esmaga o gladiador com toda sua raiva e ali já mostra que não aceita ser subjugado. Durante uma boa parte, ele é açoitado porque não consegue se encaixar naquele sistema de ser lançado numa arena para matar ou morrer.

2) Spartacus aprende que o melhor jeito de conseguir algo é falar a mesma linguagem do inimigo. Diante das inúmeras punições e das promessas de seu senhor em trazer sua esposa novamente, ele começa a "aceitar" seu destino de gladiador tornando-se campeão da cidade. Seu nome é vangloriado pelo povo, sendo a atração principal dos jogos. Ajuda seu senhor a fazer fortuna e nome diante de sua garra, mas ao mesmo tempo sempre atento as oportunidades de fugir e escapar do caminho traçado por terceiros. 

3) Spartacus luta por um objetivo definido. Na primeira temporada temos o gladiador focado na busca por sua esposa. A paixão é o motor principal de sua sobrevivência. Nas demais temporadas, seu objetivo segue o mesmo foco, porém ele amplia para a revolta, libertar os escravos. Tornar as pessoas livres e lutar por isso é o que o move. Acabar com um sistema dominante e repressor. 

4) Spartacus estuda o inimigo. Tudo que ele faz é sempre pensando no ataque e no contra ataque. É como um jogo de xadrez, ele está costumeiramente a três passos a frente de Roma.

5) Spartacus treina seus seguidores e forma outros líderes. Grandes guerreiros ao lado dele antes eram escravos dóceis que jamais usaram armas mortais. Ele acredita na força interna dos escravos. Treinou as pessoas para serem guerreiros e líderes diante do desafio de fazer com que povos de diferentes localidades e pensamentos se unissem em um único objetivo. Era difícil para Spartacus fazer com que seu próprio exército fosse um só. Além de enfrentar Roma, ele tinha que parar com as desavenças do seu próprio povo. Usava criatividade para treinar os escravos. O enorme exército comandado por ele, é feito de pessoas que nunca tiveram visão militar, mas que ao longo da rebelião tornaram-se pessoas de punho forte libertando os demais das correntes. Spartacus era adorado e respeitado por sua grande capacidade de acreditar em seu povo.

6) Spartacus era inovador em suas táticas. Quando todo mundo pensava que ele faria algo, eis que ele surge de onde menos se imagina. Suas táticas de guerra eram ousadas, ao ponto de enfrentar o inimigo cara a cara sem medo da morte. Ele dificilmente atacava de maneira "lógica", ou seja, ele usava a própria tática romana contra eles. Inteligente e ousado, assumia riscos que colocavam os generais romanos de joelhos perante sua estratégia militar.

7) Spartacus não se iludia com os efeitos da vitória. Quando eles venciam uma luta, Spartacus dificilmente comemorava. Em tempos difíceis e fatais, ele aproveitava o ânimo para preparar seu próximo ataque. Na série, o líder está quase sempre sério e focado, não se deixando enganar pela falsa ilusão de liberdade. Naquela época, tudo era tirado em instantes, As pessoas devem estar sempre preparadas para os acontecimentos.

8) Spartacus conhece a responsabilidade de ser um líder. Ele tem a consciência de seu nome, de quem ele é, do que ele é capaz de fazer. Por isso mesmo, ele assume a sua responsabilidade perante seus atos. Jamais coloca seus amigos e líderes para enfrentar algo que ele mesmo deve fazer. Sabe o peso que é ser um ídolo e as consequências disso. Por essa razão ele está constantemente pensando em como acabar com a guerra e pôr abaixo o poder de Roma. Liberdade e a permanência dela é a única coisa que o mantém vivo e ele se torna responsável por conquistá-la.

 


Quem não assistiu e gosta do gênero, vale muito a pena se dedicar a ver essa excelente produção. São 3 temporadas de 13 episódios (uma mini temporada entre a 1ª e a 2ª devido ao falecimento do ator Andy Whitfield, que fez Spartacus na primeira season).

Sandra Simões
Capacitação e Desenvolvimento Profissional