segunda-feira, 20 de junho de 2016

Os Croods: Uma análise do comportamento no processo de mudanças.

A cada dia o cinema tem trazido uma fonte de conhecimento para área corporativa através de temas diferentes, sejam biografias de grandes empreendedores ou situações que comumente encontramos nas empresas. Entretanto, alguns filmes desenvolvem o assunto durante toda a narração, não se resumindo apenas em algumas cenas sobre o assunto. É o caso da animação Os Croods que aborda como o processo de mudança afeta os colaboradores. Podemos perceber como cada personagem representa essa diversidade de sensações que os indivíduos sentem quando estão nesse processo.
Antes de continuar, segue um breve resumo sobre a história do filme:
“Em plena era pré-histórica, escondidos na maior parte do tempo dentro de uma caverna, vivem Grug (Nicolas Cage / Hércules Franco), a esposa Ugga (Catherine Keener / Bárbara Monteiro), a vovó (Cloris Leachman / Mariângela Cantú), o garoto Thunk (Clark Duke / Fred Mascarenhas), a pequena e feroz Sandy (Randy Thom / Pâmela Rodrigues) e a jovem Eep (Emma Stone / Luísa Palomanes). Eles são os Croods, uma família liderada por um pai que morre de medo do mundo exterior. Só que grandes transformações estão para acontecer, pois a adolescente Eep acaba conhecendo o também jovem Guy (Ryan Reynolds / Raphael Rossatto) e ele vai apresentar um incrível mundo novo, para o desespero do paizão protetor. Agora, juntos, eles vão enfrentar grandes desafios e se adaptar a uma nova e divertida era”.
Nada melhor do que a caverna para representar esse modo como algumas pessoas se agarram a zona de conforto. Em nossa atualidade, parece que o mundo sempre está prestes a mudar. As mudanças são constantes e apresentam uma necessidade urgente. Algumas pessoas são mais fáceis de adaptação, trazem a essência do novo implícita em seu dia a dia. Outras são mais tradicionais e perdem o rumo e o sentido quando precisam de mudanças constantes. Contudo, é assim que estamos e vivemos. Num mundo onde mudanças podem ser repentinas, programadas, planejadas, inesperadas...sempre serão mudanças.
Para melhor ilustrar, vamos passear por cada personagem:
Primeiro temos o Grug, o pai. Aqui vemos a figura conservadora, o mais resistente ao novo. Sempre a favor de conservar o medo, pois é esse sentimento que garante a segurança da família. Os dias passam e as dificuldades de ter comida é sempre presente, mas tentar algo diferente é uma ideia abominável para ele. Lembraram de algumas pessoas assim na empresa? Imaginem na época da instalação dos primeiros computadores, telefones ou outros avanços tecnológicos, a sensação de pavor que tomou conta das pessoas, um medo paralisante em que preferiam ficar sofrendo a obsolescência a abraçar a mudança. E esse tipo de colaboradores ainda é abundante no meio corporativo. Boicotam as inovações, são estagnados e se deixam guiar pelo comodismo. E assim como aconteceu com Grug, essas pessoas serão obrigadas a mudar porque simplesmente o chão que pisam vai desabar e ai ou segue em frente ou ficam no chão, soterrados, chorando por um tempo que se foi. Grug aprende sua lição, mas não irei contar, só assistindo para ver a reviravolta desse personagem.
Do outro lado, temos Eep, a filha. Ousadia, liberdade, curiosidade, aceitação, flexibilidade, alegria. Tudo isso resume a personagem. Ela é a representação daquelas pessoas que não aceitam a mesmice, a estagnação e a limitação. Ela desobedece as regras do pai, sai a noite mesmo sabendo dos perigos, mas sua sede de alcançar algo lá na frente é maior. É uma sonhadora que segue uma faísca de luz, mesmo que seja a menor de todas, mas que prefere sair do lugar, mesmo com todos os riscos, do que apenas sobreviver. Esses são os colaboradores que estão sempre colocando a empresa em movimento. São os primeiros a aceitarem as mudanças, ajudam os outros no processo de transição, são otimistas e alegres com a possibilidade de respirar coisas novas. Colocam a motivação acima do medo e seguem em frente.
Nesse meio termo, temos o Guy, o inventor. Guy é um visionário. Previu as catástrofes e já se preparou para ir a um lugar mais seguro, mas cercado de suas criações para que possa atravessar esse processo de mudanças da maneira mais confortável. Enquanto Eep é emoção e euforia, Guy é mais racional. Aceita que mudanças fazem parte e então é melhor se preparar para o melhor ou pior. Este faz o tipo empreendedor, assume riscos calculados. São os colaboradores que sabem o que tem que fazer, se planejam e seguem adiante.
Os demais da família (Ugga, a esposa; a Vovó, o bebê e o Thunk, o filho) são aqueles que resistem num primeiro momento por ignorância e à medida que vão conhecendo os planos de Guy sentem-se mais à vontade de seguir em direção ao novo. São influenciados positivamente por Eep e entendem que mudar é a melhor coisa a fazer naquela situação. Se o chão desabou aos seus pés, o melhor a fazer é seguir em frente. Esses personagens não representam apenas tipos de colaboradores, mas uma situação interessante. Quando as pessoas entendem os motivos da mudança, elas estão mais aptas à aceita-las. Mudanças impostas e colocadas no estilo “mudar porque estou mandando” não trazem efeitos positivos. A melhor maneira de fazer transições numa empresa é fazer um trabalho de informações eficazes para que os colaboradores entendam e mudem porque internamente ele sabe que é o melhor para todos.
Essa animação, além de divertida, traz essa mensagem maravilhosa. O que fazemos diante do novo e do inesperado? Somos como Grug, sempre com medo?  Somos como Eep, motivada e curiosa?  Como Guy, planejado e visionário? Ou como o restante da família?
Fica a reflexão.
Data: 22 de março de 2013 (1h 32min)
Direção: Chris Sanders, Kirk De Micco
Gêneros: Animação, Aventura, Comédia
Nacionalidade: Eua
Sandra Simões
Desenvolvimento e Capacitação Profissional.

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